quinta-feira, 5 de abril de 2012

Extraídas em Março de 2012

O domínio público também se justifica tornando possível que qualquer pessoa possa ganhar dinheiro com aquilo que passou a ser da Humanidade. Foi assim que a Disney enriqueceu (e também enriqueceu nossos imaginários), usando obras dos irmãos Grimm sem precisar pagar nada pelo uso totalmente comercial.
Hermano Vianna, sobre direitos autorais – O Globo - 23/03/2012

Eu não tenho nenhum rancor em relação à minha formação católica. Pelo contrário. Ali, eu aprendi música, teatro, cinema, tudo. Tinha 14 anos quando comecei a interpretar. Cantei Vivaldi, Mozart, Handel. Participava de procissões, cantava com as multidões. A tradição católica tem uma enorme riqueza cultural. E um imenso poder de castração. Talvez o teatro tenha me libertado um pouco disso aí.
José Mayer, ator – Folha de S. Paulo– 25/03/2012

Isso é o normal na política brasileira: a pessoa acaba se profissionalizando na política e a partir daí o seu interesse individual o leva a fazer concessões. Os grandes ideais passam a ser secundários. É por isso que o PT acabou fazendo alianças sem nenhum critério.
Paul Singer, economista, secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho – Valor – 27/03/2012



- Millôr Fernandes (1923-2012):

Fiquem tranquilos os poderosos que têm medo de nós: nenhum humorista atira pra matar.

O cadáver é que é o produto final. Nós somos apenas a matéria prima.

O homem é o único animal que ri. E é rindo que ele mostra o animal que é.

Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.

Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem.

O otimista não sabe o que o espera.

Eu também não sou um homem livre. Mas muito poucos estiveram tão perto.

Nunca ninguém perdeu dinheiro apostando na desonestidade.

Brasil, condenado à esperança.

Brasil; um filme pornô com trilha de Bossa Nova.

Todo homem nasce original e morre plágio.

O dedo do destino não deixa impressão digital.

Sabemos que VOCÊ, aí de cima, não tem mais como evitar o nascimento e a morte. Mas não pode, pelo menos, melhorar um pouco o intervalo?

Repito um velho conselho, cada vez mais válido, sobretudo pro Congresso: Quando alguém gritar - Pega ladrão, finge que não é com você

Quando os eruditos descobriram a língua, ela já estava completamente pronta pelo povo. Os eruditos tiveram apenas que proibir o povo de falar errado.

A infância não, a infância dura pouco. A juventude não, a juventude é passageira. A velhice sim. Quando um cara fica velho é pro resto da vida. E cada dia fica mais velho.

Não devemos odiar com fins lucrativos. O ódio perde a sua pureza.

Um Homem só é completo quando tem família; mulher e filhos. Desculpe: completo ou acabado?

Deus é realmente um ser superior. Não há nada nem parecido no Governo Federal.

Prudência: E devemos sempre deixar bem claro que nenhum de nós, brasileiros, é contra o roubo. Somos apenas contra ser roubados.

Feliz é o que você percebe que era, muito tempo depois.

Aprenda de uma vez: Se você acordou de manhã é evidente que não morreu durante a noite. A felicidade começa com a constatação do óbvio.

Nem só comer e coçar é questão de começar. Viver também.

Os ateus têm um Deus em que nem eles acreditam.

O melhor do sexo antes do casamento é que depois você não precisa se casar.

Tudo na vida tem uma utilidade - se não fosse o mau cheiro quem inventaria o perfume?

Voto de pobreza, obviamente só pode ser feito por rico.

Errar é humano. Botar a culpa nos outros também.

O problema de ficar na fossa é que lá só tem chato.

Anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor.

Nossos passaportes podem dizer que somos franceses, mas não nos sentimos franceses porque nunca fomos aceitos desse modo. Ninguém pode desculpar o que ele fez, mas ele é um produto da sociedade francesa, do sentimento de que lhe não restava nenhuma esperança e de que não tinha nada a perder. Não foi a Al-Qaeda que criou Mohammed Merah. Foi a França.
De um amigo de infância e vizinho de Mohammed Merah, que matou sete pessoas em Toulouse, na França The New York Times – 29/03/2012

O excesso de marketing pode ser até um erro de marketing; messiânico, demagógico, inconveniente, humano, simpático, calculista, esquivo, mas sobretudo real, Lula raras vezes pecou por esse aspecto
Folha de S. Paulo, em editorial de 31/03/2012

Fomos informados que só poderemos fazer um máximo de 36 horas extras ao mês, e posso dizer que muita gente não gostou. Para nós, 60 horas extras ao mês seria razoável, e 36 muito pouco.
Operário chinês, sobre redução de jornada na Foxconn – O Estado de S. Paulo, 31/03/2012


- Coletânea sobre o caso Demóstenes Torres, feita pelo Insituto Humanitas, da Unisinos:

No ano passado, Demóstenes escreveu o prefácio do livro Ficha Limpa: a Vitória da Sociedade, lançado pelo presidente da OAB, Ophir Cavalcante. O senador, que foi relator do projeto de lei da ficha limpa, destacou no texto que a sociedade “não admite que os destinos da nação possam ser geridos por representantes que não possuem conduta adequada à dignidade das relevantes funções públicas”.
Zero Hora, 02/04/2012

De todas as desgraças que penetram no homem pela algibeira e arruínam o caráter pela fortuna, a mais grave é sem dúvida alguma essa: o jogo.
Ruy Barbosa citado pelo Ministério Público Federal de Goiás no pedido de prisão de Cachoeira – Folha de S. Paulo, 02/04/2012

Todo ano, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, órgão dos sindicatos que acompanha o trabalho dos parlamentares federais, tem escolhido Demóstenes como um dos "Cabeças do Congresso".
Catia Seabra – Folha de S. Paulo, 01/04/2012

O mais penoso em tudo, porém, é que – ao surgirem as denúncias iniciais da Polícia Federal sobre seu (Demóstenes Torres) envolvimento com a máfia – todos no Senado saíram a defendê-lo. Nada menos do que 46 senadores discursaram em sua defesa, inocentando-o e elogiando sua “ilibada conduta”. Ninguém sequer sugeriu esperar por mais evidências para, então, tomar posição. Governistas e oposicionistas se uniram para defendê-lo, sem interessar-se por mais detalhes.
Flávio Tavares – Zero Hora, 01/04/2012

Nosso senador Pedro Simon, por exemplo, lançou-lhe lisonjas e, naquele palavreado solene e inócuo em que os políticos escamoteiam a verdade, disse textualmente: “Vossa Excelência, senador Demóstenes, é uma das pessoas mais competentes e que atuaram com bravura em toda a sua vida.
Flávio Tavares – Zero Hora, 01/04/2012

Já dizia Millôr: “O Brasil está dividido entre os abertamente cínicos e os que conseguem se conter”.
Flávio Tavares – Zero Hora, 01/04/2012